A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve concluir no terceiro trimestre deste ano a venda de parte ou totalidade de sua participação na Nacional Minérios S.A (Namisa), controlada integralmente pela CSN. Não há rigidez em relação ao percentual a ser alienado. Pretendemos vender parte ou total, dependendo das propostas , explicou hoje Otavio Lazcana, diretor-executivo financeiro da CSN. Ao mesmo tempo, a empresa afirmou que estuda fazer investimentos na expansão da produção na mina da Casa de Pedra, localizada em Congonhas (MG).

A intenção da empresa, segundo o executivo, é reduzir ou até eliminar momentaneamente seu endividamento, atualmente de R$ 4,8 bilhões. Embora a alavancagem da CSN seja pequena, Lazcana diz que a empresa quer ter uma situação de capital mais saudável para fazer frente aos seus investimentos já anunciados para os próximos anos.

Conforme já havia informado ao mercado no último dia 22, a empresa contratou o banco Goldman Sachs para assessorar a operação, que deverá ser de execução rápida , conforme prevê o executivo. Além da mina em si, o ativo a ser vendido comporta também acesso a terminal portuário e transporte ferroviário. Ele afirma que são muitos os interessados.

A Namisa tem em seu plano de negócios a perspectiva de aumentar sua capacidade de venda e exportação de minério das atuais 14 milhões de toneladas anuais para 40 milhões de toneladas em 2012.

Questionado sobre a estratégia por trás dessa alienação, já que a empresa tem investido em ativos de mineração, Lazcana explicou que a Namisa é relevante para a CSN, mas em menor escala do que a Casa de Pedra .

É na Casa de Pedra, portanto, que a companhia estuda investimentos para ampliar a exploração de minério de ferro, já que com a expansão do porto de Itaguaí, também anunciado hoje, o problema logística será resolvido. Estamos estudando a viabilidade para aumentar produção da Casa de Pedra , afirma Lazcano.

Ele lembra que além dos atuais 70 milhões de toneladas anuais produzidas pela unidade, seria possível adicionar outras 60 milhões de toneladas por ano, tendo em vista o aumento da capacidade de transporte.

Atualmente os negócios de mineração da CSN já movimentam perto de 40 milhões de toneladas por ano. Neste ano a empresa deve exportar 25 milhões de toneladas, vender 5 milhões no mercado doméstico e consumir 8,5 milhões de toneladas em sua unidade em Presidente Vargas.

Os investimentos globais da empresa, envolvendo todos os segmentos em que atua, totalizam US$ 10 bilhões nos próximos cinco anos. A CSN está em ebulição, diz Lazcano.